sábado, 6 de fevereiro de 2010

vazio

Escondeu-se por trás das paredes de um cômodo pequeno,
dividido por luzes e sombras; recolhendo-se entre os
lampejos dos faróis que recortavam os móveis, as janelas,
os lençóis, as fotografias. se perdeu vagueando as mãos nas
texturas das cortinas, procurando nas frestas dos vitrais do
quarto, aquele cujas formas pouco se perderam na mistura de
inferno e volúpia. a imagem do vazio estampado em pé, à espreita
do momento em que o incontrolável criasse formas e alimentasse
um corpo que cai enfadanho, todas as noites, ansiando por calor....



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