quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Gestor dos Relacionamentos


Tudo começa com um bom planejamento, uma análise de risco consistente, definições claras dos processos e macro processos do amor. Parece difícil entender expressões incomuns como essas, mas esse é o vocabulário do gestor de relacionamentos. Um sujeitinho metódico que enfrenta os desafios da pós-modernidade amorosa como se administrasse uma metrópole urbana.

Ainda não sabemos, ou não nos forneceram estatísticas suficientes, do grau de acerto dessa criatura anti-romântica do século XXI, mas a sua análise não pode deixar de ser feita, para registro e para a comédia de nossos filhos, amém.

Vou me ater à visão do Macho (obviamente pela facilidade de estudo), mas sem deixar de mencionar que a possibilidade de que boa parte dos fatos citados caia como luva nas belas mãos de nossas executivas cada vez mais líderes de si mesmas.

Bom, tudo começa na paquera, ou no “lance”, com o velho olhar 43 que nunca sai de moda e que neste caso não se trata de nenhuma taxa anual de juros de mora. Demora sim é a abordagem, milhões de cálculos se passam na cabeça do HOMEMU (Homo Metódiens com Mulheres), que vai desde a taxa de risco de a moçoila ser um travesti (devido ao aperfeiçoamento da ciência) até a avaliação do grau de beleza estabelecido pelo mercado e pelas agências avaliadoras de risco de mico.

A conversa estabelecida mais parece uma entrevista de emprego: análise de currículo, pretensões futuras, adequação de perfil à função, são alguns dos eixos norteadores da conversa fiada do cabra aplicador de métodos.

Caso cole o “se colar colou”, e a empreitada der certa, o segundo encontro com certeza contará com uma pauta bem elaborada, talvez com a produção de alguns slides da trajetória de sua vida, algo institucional, pra surpreender à pobre moça estagiária na “repartição”.

Pois é, burocracia, se bem usada, serve para controle e respeito às regras. Mas no caso do nosso herói, se trata apenas de mais um papel ridículo que só uma conquista é capaz de produzir.

4 comentários:

  1. Eis um time da qual não confabulo com seus ideais. Prefiro o elemento surpresa da relação.

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  2. Pô, uma conversinha tem q rolar, mas slides é complicado ein... E quando chega ao estágio de mudar o perfil do orkut? ahaha

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  3. ótima leitura, como sempre. E, realmente, o "velho olhar 43 nunca sai de moda"! =D

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