quarta-feira, 24 de março de 2010

CILADA DO AMOR


“ - O meu problema, é que eu me apaixono por elas, porra Maurício!” _ Dizia ele perdido em seus sentimentos, nobres e ingênuos ao declarar ao amigo confidente que ao longo de sua vida se apaixonara por todo tipo de mulher com quem tinha se envolvido. Parafraseando a música popular, já havia se enamorado por mulheres de todas a cores, idades, casadas, solteiras e/ou carentes.

Esse sim, um verdadeiro romântico sem pudores, sem acepção de cor ou classe, se entregava aos devaneios e sentimentos sem temores de opiniões, pensões vitalícia ou bronca de familiares, nos últimos dois anos. Marcos havia morado, no mínimo em três casas diferentes com donzelas sem nenhum perfil para serem “donas de casa”, aquele jeitinho bem clássico que muitos homens sonham encontrar, geralmente aquelas figurinhas que lembram uma mãe. Eram mulheres fortes, independentes, numa correria em busca de metas bem distintas de nosso protagonista e autor da exclamação que iniciou o texto, um chato e banana a ser percebido na primeira piscada.

Claro que você pode imaginar, sim, sim, meu caro leitor/a, nosso amigo aí sempre se sentia em meio a um eterno conflito amoroso, só mudando de endereço, personagem e cenário, mas o que faria ele? Pensou estar preso em um feitiço originado em uma idéia da vovó Zilma em que a bruxa má (geralmente uma nora malvada que a fizera perder o ente querido) preparara o café cheirosinho torrado e moído, saboroso de todas as manhãs e eis que ela o côa na própria calcinha prendendo nosso pretensioso herói eternamente nas ciladas do amor. Oh? E agora? Não era amor, era cilada? Ou o amor é mesmo uma cilada? Sempre se perguntava ele antes de dormir em noites solitárias.

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