sábado, 3 de abril de 2010

“Não se fazem mais homens como nunca existiram”

Vamos aqui fazer uma breve confabulação acerca de alguns questionamentos levantados a respeito do ser romântico numa tarde agradável de um feriado qualquer entre amigos. Um indivíduo do sexo masculino no auge de seu descontentamento diz: “Não se fazem mais mulheres como antigamente!”, rebatendo a máxima eis que o indivíduo do sexo feminino no seu momento de indignação profere: “Não se fazem mais homens como nunca existiram!”. Partindo desta breve cena, que não foi retirada de uma novela mexicana, decidimos compartilhar com vocês algumas de nossas inquietações que emergiram nesta tarde, até então agradável, e a partir deste fato passou a ser arraigada de sentimentos e situações antagônicas.

De acordo com a frase acima, em negrito, pode-se entender que, por vezes, as pessoas do sexo feminino idealizam o que “o cabra” não pode oferecer. Mas, peraí! Não pode ou não tem para oferecer? Em termos psicológicos, o que parece que as maiorias das mulheres experimentam é uma espécie de projeção, tal qual o escultor que diante de sua obra dá os contornos que deseja.

Voltando-se para questões mais práticas, afinal de contas: o que se espera que um homem ofereça? Que homem é esse que elas desejam? Por que as mulheres construíram e/ou constroem essa imagem de um homem que parece ser utópico? Estas diferenças de gênero são questões culturais, biológicas ou ideológicas? Os homens podem ser considerados românticos?

Segundo um dicionário sem capa, de uma referência qualquer, o significado da palavra romântico é definido como: alguém que nas idéias, no caráter ou no temperamento revela algo de apaixonado, nobre, de lírico que o eleva acima do prosaico, do cotidiano. Ou, qualidade de um sujeito fantasioso, sentimental e/ou poético.

Analisando através desta definição, algo nobre não pode ser corriqueiro, o romantismo só pode existir através do amor. Algo que só pode ser vivenciado por meio da experiência do cotidiano, e talvez isso que queira ser dito pode ser explicado pelo texto aqui já publicado: “Uma única pessoa é um universo infinito, pronto para ser explorado todos os dias, até o fim da vida”. Podemos também analisar através de outra ótica, um sujeito fantasioso, como o personagem do texto: Carta com pedido deste cafajeste: não se dispa para mim, deve se achar romântico ao seu jeito, porém, se afirmarmos que ele pode ser romântico com todas que ele se envolve, descartamos a hipótese levantada na primeira análise. E por fim, definindo um romântico como um sujeito sentimental e/ou poético nos remete ao amor que antes de ser concretizado dever ser platônico, sofrido e exagerado, com direito a um final de “Romeu e Julieta”, mais ou menos como se trata o texto: Junto ao teu. Mas também pode não ser nada disto, como por exemplo: um sujeito que não seja romântico, não implica necessariamente que ele não ame, talvez seja só seu jeito “introspectivo” de amar, como no texto: Romântico a la Macondo.
O que se pode concluir disso tudo? Independente de cada crença nos cabe procurar aquela “cara metade” que nos complete nas virtudes que mais admiramos. Procuremos pessoas onde possamos casar nossas neuroses, nossas manias e que equilibremos nossos desequilíbrios, ou como já diz a letra do Skank: “quando eu estiver louco (a), sutilmente me abrace”. Como dizem por aí: para cada panela existe uma tampa, e para outras panelas existem várias tampas, e se for verdade isso, que saibamos escolher que tipo de panela queremos ser.

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