sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Insulto I


"Uma peregrinação involuntária talvez fosse a solução.
Auto-exílio nada mais é do que ter seu coração na solidão"
Conexão Amazônica - Legião Urbana

É discurso fora de moda, vai à contramão da humanidade, do progresso, da liberdade sexual, da vida artística de malhação e novelas das oito. Mas o fato é: o mundo inteiro está infeliz com tanta liberdade.

E boa parte da culpa deve-se as opiniões turvas, e cheias de ênfase, dos auto nomeados intelectuais modernos, que não passam de primatas que usam a linguagem de forma oportunista.

Leia duas ou três vezes a opinião de um antropólogo de araque, aqueles de determinam o lote e o prazo de validade do amor, e perceberá que seus argumentos não suspendem uma pena ao vento. Os cientistas e seus vícios de classificar tudo e todos, reduzem um complexo jogo de sentimentos a algumas ligações de sinapses nas regiões do cérebro afetado no ventre.

O fato é que em situações vexatórias, onde não são analisadas as telas de raios-X do cérebro, até o mais racional dos seres recorre à poesia, ao abstrato, e tudo aquilo que não podemos reduzir a uma função matemática.

A música, a pintura, a literatura e até as imagens do Google, expressam melhor um sentimento do que a opinião de um especialista (os de araque). Uma piada de bar talvez cause tanta reflexão, quanto uma análise da conjuntura sócio-afetiva de um sujeito abandonado.

O discurso fora de moda não descarta o valor do livre pensamento, e da ciência, mas afirma que os valores têm importância maior do que um livro de Engels, que colocar-se no lugar de outrem vale mais que uma leitura de horóscopo, e que respeito não se aprende na faculdade.

Um comentário:

  1. É, eu já presenciei a fala de um antropólogo a respeito do amor. Não muito romântico, mas bem esclarecedor. "O Amor é uma coisa política". É legal ouvir várias versoes, apesar de tudo. De fato, vamos reconhecer que "nossa geração" tem destratado tal sentimento e disperdiçado alguns avanços...

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