quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Dos Encontros da Vida




 Aquele encontro tímido. As palavras eram medidas, mas a troca de olhares não era capaz de conter o verdadeiro desejo que se fazia oculto naquele momento.  O tremor tomava conta do corpo dela. Ele era como um corpo fechado, difícil tentar decifrar. O coração da menina batia a cada palavra dita pela boca daquele estranho, afinal era a primeira vez que se viam.

  Quanto mais o tempo passava, menos a garota queria se distanciar dele. Sentia um nó na garganta por estar chegando a hora de partir sem receber um ósculo qualquer. Lembrou da recepção que tivera ao se reconhecerem: abraço demorado. Um aconchego que aliviava a cruz que trazia na alma. Afagou-lhe os cabelos, pretos, desalinhado pelo vento que fizera enquanto procurava pela casa do estranho.

  Nessa procura, suas pernas tremiam, tudo que conseguia externar era um sorriso louco, insano, de saber que encontraria finalmente seu cúmplice de conversas e teorias furadas. A medida que buscava pela casa, sentia também medo. Medo de estar se apaixonando por ele. Não poderia saber jamais. Caminhou calmamente, respiração cada vez mais ofegante.

  Alí estava. Abaixou a cabeça para esconder o riso que escapou ao ver que ele estava a sua espera. Como era alto. Olho-a e a menina se sentiu perdida naquela mirada. Fitou-o e foi correspondida com um longo abraço. Era como uma boneca naqueles braços, pequenina, indefesa, apesar da dor que marcava seu âmago. Entraram e conversaram por horas.
  Ele levou a garota para casa e por fim, chegaram ao destino final, despediram-se amistosamente. Os dois seguiram seus rumos. Mais tarde, ao conversarem, umas 2 da madrugada, o garoto faz a pergunta que gelou a menina:

"Se eu for aí, você me dá um beijo?"

 Confirmou a resposta e em cinco minutos lá estava ele, esperando pelo grande prêmio da noite.

  O beijo aconteceu. O tremor que tomou conta dela anteriormente já não existia. Era perfeito.

Ela o amou.

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